Lina reafirma reunião sem prova Briga Feminina no Senado
Depois de tantas brigas masculinas no senado, agora é momento de briga feminina!
Em seis horas de depoimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira confirmou ontem o encontro sigiloso que disse ter tido com Dilma Rousseff, no qual a ministra da Casa Civil teria pedido que agilizasse as investigações do Fisco sobre empresas da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Dilma diz que o encontro não existiu. Lina negou, porém, que tivesse se sentido pressionada ou que tivesse interpretado o encontro como uma ingerência indevida da ministra Dilma. Disse ainda que aceita uma acareação com a ministra, como sugere a oposição, mas reafirma não se lembrar da data da reunião, que, segundo ela, não consta em sua agenda e teria ocorrido no fim do ano passado.
A ex-secretária disse que não falou com terceiros sobre o encontro, mas que chegou ao Planalto pela garagem, onde um segurança, em uma mesinha, recolheu seus dados antes de permitir acesso ao elevador para o quarto andar. Ela diz que foi levada a uma sala, onde estavam um homem e uma mulher e, depois, Erenice Guerra, secretária executiva da Casa Civil, a levou até Dilma. Falaram amenidades e depois teria recebido o pedido da ministra, num período de cerca de dez minutos.
"Estou aqui com minha palavra e temos a palavra da ministra. Eu não estou aqui para dizer mentira."
Lina disse ainda que não se sentiu pressionada com o suposto pedido de Dilma para acelerar e encerrar a investigação.
"A ministra pediu para eu agilizar a fiscalização, eu interpretei que era para encerrar, resolver as pendências. Não senti qualquer pressão", declarou.
Questionada se havia incorrido em prevaricação ao não comunicar a um superior o pedido de Dilma, Lina respondeu: "Não entendo isso porque ao sair de lá fui verificar o pedido e verifiquei que todos os procedimentos normais já estavam sendo tomados na Receita."
Governistas adotam tom agressivo e comemoram
Brasília. Senadores governistas pressionaram por diversas vezes a ex-secretária da Receita Lina Vieira e ao final do depoimento disseram que ficaram satisfeitos por nada ter sido provado. A senadora Ideli Salvatti (PT) acusou Lina de entrar em contradição quando disse a um jornal que entendeu o suposto pedido de Dilma como um sinal para encerrar as investigações contra o filho de Sarney. Ideli ressaltou que no depoimento de ontem Lina afirmou que apenas entendeu como solicitação para agilizar trâmites.
Aloizio Mercadante (PT) em tom intimidatório questionou a versão de Lina, dizendo que, se houve a reunião e ela não comunicou a ninguém, incorreu em prevaricação. Ele enfatizou o fato da ex-secretária não se lembrar da data do encontro.
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